Estamos otimistas com os dados positivos que a economia brasileira vem apresentando pós crise do Covid-19. A medida que os números avançam, somado a uma política monetária firme em que o processo inflacionário começa a recuar junto com o desemprego, aumentam as nossas expectativas quanto ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e a queda da taxa de juros, que fomentarão e ampliarão a retomada de maiores investimentos do nosso setor, que possui um papel fundamental para o desenvolvimento e crescimento econômico e social do país.
Os números da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no último mês de setembro reforçam o nosso otimismo e o ritmo aquecido do mercado, que apresentou um recuo na taxa de desemprego no terceiro trimestre deste ano, atingindo uma taxa de 8,7%, o menor índice de desemprego desde o segundo trimestre de 2015.
No acumulado do mês, houve a criação de 278 mil vagas com carteira assinada, chegando a mais de 2,1 milhões de novos trabalhadores no acumulado do ano. O número de pessoas empregadas na indústria brasileira de máquinas e equipamentos registrou aumento de 0,1% em relação ao mês de agosto de 2022 e atingiu o patamar de 399,2 mil, números que mostram ser o maior nível de emprego nos últimos dez anos.
A melhora nesses índices ajudou no avanço do rendimento real efetivo de todos os trabalhos. Um crescimento de 3% se comparado ao trimestre anterior.
A alta e as expectativas positivas impulsionam o salto do ICEI (Índice de Confiança do Empresário) e do Índice de Expectativa, que vem trazendo resultados elevados em comparação a anos anteriores.
Esses indicativos retratam a força do emprego no Pais. O setor de máquinas e equipamentos, por sua vez, vem apresentando, ao longo do ano, uma média de ocupação da capacidade fabril instalada de aproximadamente 80%, e com uma carteira de pedidos correspondente a 11,1 semanas.
"Devemos ressaltar a necessidade e importância da construção de uma eficaz política industrial, que será fundamental para o crescimento da economia. A indústria é responsável por parte substancial do emprego de maior qualificação e melhor remuneração, e apresentou desempenho acima do crescimento do país nos últimos anos, representando quase 1/4 do PIB no último ano."
Em setembro de 2022, a indústria registrou crescimento nas receitas líquidas de venda. No período, houve incremento tanto na comparação com o mesmo mês do ano anterior (0,1%) como na comparação mensal com ajuste sazonal (2,6%).
As exportações de máquinas e equipamentos, quando comparadas com o mesmo mês de 2021, registraram crescimento de 6,6%, e aumento de 2,3% de vendas no mercado interno. O setor exportou ao todo US$ 8,9 bilhões, 25,2% maior sobre o mesmo período de 2021, o equivalente a 20% da receita total do setor.
As importações também obtiveram um crescimento de 12,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior. No acumulado do ano, houve um incremento de 13,2% nas importações de máquinas e equipamentos no Brasil, um total de US$ 18,2 bi ante US$ 16,0 bi no mesmo período de 2021.
Muito além do otimismo, esses números mostram a força e as possibilidades de crescimento do setor de máquinas e equipamentos, apesar das adversidades. Devemos ressaltar a necessidade e importância da construção de uma eficaz política industrial, que será fundamental para o crescimento da economia. A indústria é responsável por parte substancial do emprego de maior qualificação e melhor remuneração, e apresentou desempenho acima do crescimento do país nos últimos anos, representando quase 1/4 do PIB no último ano.
O avanço nas agendas estruturais, como a Reforma Tributária, que tem a expectativa de avanço ao fim das eleições presidenciais, será uma nova e importante oportunidade para reindustrializarmos e contribuirmos para o progresso sustentado do Brasil, pautado em uma economia verde digital, onde o país é considerado potência energética e alimentar do mundo.
Além de promover a redução do Custo Brasil, a evolução dessas agendas permitirá maior produtividade e competitividade da indústria brasileira em meio a novos investimentos em inovação, pesquisas, infraestrutura e logísticas, e favorecerá a retomada na busca de uma país desenvolvido, com o crescimento e fortalecimento da indústria e geração de novos postos de trabalho, que proporcionará além do ganho de renda, uma vida de melhor qualidade com acesso a ótimas oportunidades pessoais e profissionais.
* Gino Paulucci Jr. – Sócio da Polimáquinas e presidente do Conselho de Administração da ABIMAQ/SINDIMAQ